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Alegado chupacabra provavelmente um cão “Xolo”; história uma farsa
Uma suposta carcaça de chupacabra encontrada no Texas é provavelmente uma farsa para vender camisetas, dizem os especialistas em cães.
O animal, descrito num relatório da Associated Press na semana passada como “um cruzamento entre duas ou três coisas diferentes”, foi encontrado como morto na estrada no mês passado, perto da cidade texana de Cuero. A mulher que descobriu a carcaça tem usado para comercializar camisetas de chupacabra.
Em animadas discussões na internet os criadores de cães dizem que a carcaça parece ser a de um Xoloitzcuintle ou Xolo, também conhecido como um cão mexicano sem pêlos, ao invés da criatura sugadora de sangue da lenda.
“O consenso esmagador na lista de discussão do Xolo – que inclui várias centenas de pessoas – é que este animal é um Xolo”, disse um criador de cães de topo que se recusou a ser identificado. “O cão parece ter a genética do Xolo. Este não é um chupacabra – isso é absurdo”
“Este animal tem o crânio correto para um Xolo e obviamente tem a genética sem pêlos”, disse o criador ao mongabay.com. “Pode ser meio Xolo ou pode ser de raça pura”. O que é certo pelas fotos é que este era um indivíduo muito pouco saudável. Há sinais de má nutrição e possivelmente problemas com parasitas. É um Xolo muito esfarrapado. É muito triste.”
Cabeça congelada de um chamado Chupacabra em Cuero, Texas. (AP Photo/Eric Gay). No passado, alguns reclamaram coiotes com sarna e cães deformados como chupacabra e outros animais mitológicos.
O criador diz que o animal pode ter sido medicado para fazê-lo parecer mais ameaçador.
“A partir da foto você não pode dizer se os caninos foram estendidos ou se são dentes naturais presos ao maxilar superior do animal”, continuou o criador. “Existem tantas fabricações hoje em dia que quando as pessoas vêem uma foto na Internet têm que se perguntar o que é real. Neste caso, os dentes poderiam ter sido empurrados para o maxilar superior. Dito isto, alguns Xolos têm caninos muito substanciais”
O criador diz que ao invés de debater se o animal é uma besta mitológica, o foco deve ser sobre como o animal veio a estar nesta condição e porque morreu.
“O foco tem sido muito distorcido. As pessoas deveriam estar interessadas no que esses animais realmente são e em seu bem-estar – por que eles morreram, por que isso está acontecendo”, disse o criador. “Acredito que é mais uma questão de negligência animal ou possível abuso do que um chupacabras vagando do mato”
“O que estamos lidando é um problema animal. As respostas devem vir de pessoas qualificadas para examinar esses restos mortais e nos dizer o que eles são e por que morreram. Eles foram envenenados? Eles estão doentes? Estão outros animais em risco? Poderia haver um criador Xolo na área que quisesse largar alguns cães? Certamente já aconteceu em outras partes do país”.
Outro dono de Xolo diz que despejar e negligenciar é uma séria preocupação.
“O que pode ser mais perturbador é que três destes Xolos foram encontrados como “mortos na estrada”, e Xolos são muito, muito incomuns – e não ferozes nos EUA! “Isto me sugere que alguém está criando Xolos e despejando cães ‘indesejáveis'”
Um veterinário local que viu a carcaça duvida que o animal seja algo digno de nota.
“Não vou dizer que não é um chupacabra… na minha opinião um chupacabra é um cachorro”, disse Travis Schaar, do Hospital de Animais da Rua Principal, nas proximidades de Victoria, à Associated Press.
O criador acrescenta que relatórios periódicos de chupacabra e outros animais mitológicos provavelmente fazem mais mal do que bem.
“Esses casos ao longo dos anos parecem envolver sempre um animal conhecido – seja doméstico ou selvagem – desde raças de cães domésticos até coiotes e raposas”, disse o criador. “Estes animais são frequentemente doentes, desnutridos ou abusados. Agora temos pessoas matando esses animais no local, manipulando seus cadáveres e chamando-os de bestas fantásticas. Precisamos chamar a atenção das pessoas para os verdadeiros problemas: abuso, negligência e criadores sem escrúpulos”
A lenda do chupacabra data de 1987, quando os jornais porto-riquenhos El Vocero e El Nuevo Dia noticiaram sobre mortes misteriosas de animais que se dizia terem sido drenados de sangue. Seu nome, cunhado pelo comediante porto-riquenho Silverio Pérez, traduzido por “chupador de cabras”. A besta mitológica é às vezes culpada pelo desaparecimento e perda de cabras, galinhas e outros animais da fazenda.
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