Síria's Alawites, uma seita secreta e perseguida

>Por Reuters Staff

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(Reuters) – A revolta contra o Presidente da Síria, Bashar al-Assad, Inspirado pelas revoltas que derrubaram três líderes árabes em 2011, tomou uma posição sectária, já que a maioria dos manifestantes que tentam derrubar o presidente são sunitas.

Assad é da seita minoritária alawita da Síria e os críticos dizem

o presidente tem preenchido altos cargos políticos e militares com alawitas para impor o seu governo através da lealdade sectária.

O SEGTOR ALAWITE

— Os muçulmanos sunitas constituem 74% da população da Síria, 22 milhões de habitantes, os alawitas 12%, os cristãos 10% e os druzos 3%. Ismailis, Yezidis e alguns judeus compõem o resto.

— O clannishness, secrecy and tenacity of Syria’s power elite around Assad have deepened Sunni Muslim suspicions about the enigmatic Alawite faith.

— Uma minoria oprimida durante a maior parte de sua história, Alawites cimentaram subitamente seu controle na Síria em 1970 quando o pai de Assad, Hafez, encenou um golpe que marginalizou os Sunitas. Ele construiu um feroz aparelho de segurança baseado em colegas oficiais alawitas.

— Aliando-se às classes mercantes sunitas em Damasco e Aleppo, a elite alawita expandiu sua influência para a economia, bem como o aparelho de segurança e os militares. O núcleo da temida milícia pró-Assad Shabiha é Alawite.

— A luta sangrenta deste ano entre as forças de Assad e os manifestantes pró-democracia divide a Síria ao longo de um abismo minoritário – maioritário, agravado pelo facto de muitos sunitas chamarem hereges aos alawitas.

— Como a maioria dos países árabes, a Síria tem visto o Islão conservador a espalhar-se nas últimas décadas. Isto tem aguçado as diferenças sunitas com os alawitas, que dizem ser os xiitas da linha principal e às vezes copiam as práticas sunitas para minimizar as diferenças.

— Os assassínios sectários têm assolado a cidade central de Homs, e os alawitas têm sido alvos porque eles eram a mesma seita que o presidente. Muitos alawitas vivem ao redor ou em Homs e Hama, outra cidade restiva, e o porto de Latakia.

— Nem todos os alawitas apoiam a dinastia Assad e apenas alguns lucraram com o governo de Assad, com muitos vivendo na pobreza nas montanhas centrais da Síria. A seita estende-se ao norte até a cidade turca de Antakya, perto da antiga cidade de Antioquia, na Turquia, onde há até 12 milhões de alawitas.

BELIEFS:

— A religião alawita é freqüentemente chamada de “um ramo do ismo xiita”, a maior seita minoritária do Islã, mas isso é algo como se referir ao cristianismo como “um ramo do judaísmo”.”

— Os alawitas separaram-se do xi’ismo há mais de 1.000 anos e mantêm alguns laços com ele, incluindo a veneração de Ali, o primo e genro do Profeta Maomé. Alawi significa literalmente “aqueles que aderem aos ensinamentos de Ali”

— Mas várias crenças diferem nitidamente do islamismo tradicional. Com o nome de Ali, os alawitas acreditam que ele era divino, uma das muitas manifestações de Deus em uma linha com Adão, Jesus, Maomé, Sócrates, Platão e alguns sábios pré-islâmicos da antiga Pérsia.

— Para os muçulmanos ortodoxos, esta eclética síntese do pensamento cristão, gnóstico, neoplatônico e zoroastriano viola o princípio chave do Islã de que “não há Deus além de Deus”

— Os alawitas interpretam os Pilares do Islã (os cinco deveres exigidos de cada muçulmano) como símbolos e não como deveres. Eles celebram um grupo de feriados, alguns islâmicos, alguns cristãos, e muitas práticas alawitas são secretas. Eles se consideram xiitas moderados.

HISTÓRIA E LIFESTYLE:

— Oprimidos durante o período otomano, os alawitas têm minimizado suas crenças distintas nas últimas décadas para argumentar que eles eram xiitas de linha principal como no Irã. Isto é em parte para satisfazer a regra constitucional de que o presidente deve ser muçulmano.

— A Irmandade Muçulmana proscrita chamada Alawites infiel há décadas. Líderes do movimento sunita já não dizem isto abertamente, mas ninguém sabe se a hierarquia está convencida.

— Isolados nas montanhas perto da costa mediterrânica da Síria, os Alawites ensinaram que o Corão devia ser lido alegoricamente e preferiram rezar em casa do que em mesquitas.

— Eles também eram altamente reservados, iniciando apenas uma minoria de crentes no seu dogma principal, incluindo a reencarnação e uma Trindade divina, e em rituais incluindo um rito de beber vinho consagrado semelhante a uma missa cristã.

— Os administradores coloniais franceses tentaram classificar o alawismo sírio como uma religião separada, apesar da resistência dos líderes alawi que estavam mais interessados em identificar-se com o islamismo.

— Como os druzos próximos, os alawitas adotaram a prática xiita da taqiyya, ou escondendo suas crenças para evitar perseguições. “Taqiyya faz uma qualificação perfeita para ser membro do mukhabarat, o ubíquo aparelho de inteligência/segurança que tem dominado o governo da Síria por mais de quatro décadas”, escreveu recentemente o especialista britânico em islamismo Malise Ruthven.

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