Dois eventos esportivos de combate que acontecerão nos Jogos do Sudeste Asiático (SEA) deste ano incluem judô e jiu-jítsu.
Para os fãs de longa data dos esportes Pinoy, o judô pode ser um pouco mais familiar, especialmente por causa dos feitos titânicos de John Baylon, que ganhou nove medalhas de ouro consecutivas nos Jogos do SEA de 1991 – um feito, escreve Reuben Terrado da Spin.ph, “que nenhum atleta irá provavelmente igualar, muito menos superar, em breve”.”
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Jiu-jitsu fará sua primeira aparição nos Jogos do SEA quando a competição começar esta semana. Esperançosos como a campeã mundial da Federação Internacional de Jiu-jitsu de 2018, Meggie Ochoa espera trazer para casa algum metal inaugural para o esporte calouro.
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Com os dois esportes têm uma história compartilhada e podem até parecer semelhantes, estamos aqui para desempacotar o mundo da diferença entre os dois.
História do judo
Judo remonta as suas raízes ao jiu-jitsu japonês, uma antiga arte marcial usada pelos soldados no campo de batalha para desarmar atacantes blindados, empunhando espadas. Suas diferentes formas, escolas e estilos englobavam técnicas de ataque, de luta e de armas.
No final do século 19, Jigoro Kano procurou refazer o jiu-jitsu, removendo seus aspectos mais letais para enfatizar uma abordagem holística das artes marciais, uma abordagem que promove o bem-estar físico e mental. Ele chamou sua nova arte de judô, ou o ‘caminho suave’.
Em 1882, Kano fundou o Instituto de Judô Kodokan, onde ele ensinava e difundia sua arte, que se concentrava na luta. Em 1964, 26 anos após a morte de Kano, o judô seria incluído nos Jogos Olímpicos.
História do jiu-jitsu
O jiu-jitsu que você verá nos Jogos do SEA não é a antiga arte marcial japonesa, mas uma arte que traça suas origens para o Brasil, particularmente aquela dinastia de lutadores conhecida como a Gracie.
Foi Carlos Gracie, seus irmãos (principalmente Hélio), e seus filhos, que colocaram seu próprio selo no judô. Carlos tinha aprendido a arte marcial com um expatriado japonês chamado Mitsuya Maeda (que tinha estudado no kodokan de Kano), mas pensou numa variação que se concentraria no controle e nos movimentos de submissão no solo. Mais tarde, a família desenvolveria isso em uma nova arte marcial.
The Gracies teve seu momento definitivo em 1993, quando um dos filhos de Hélio, Royce, ganhou o primeiro evento do Ultimate Fighting Championship, vencendo vários adversários em um torneio de uma noite. A vitória provou ser um momento marcante nas artes marciais, já que os Gracies não apenas mostraram ao mundo o jiu-jitsu brasileiro, mas sem dúvida deram origem ao que conhecemos hoje como artes marciais mistas.
Além de ser usado no MMA, o jiu-jítsu também é seu próprio esporte, com inúmeros torneios realizados em todo o mundo.
Qual é a diferença entre judo e jiu-jitsu?
Okay, agora sabemos que tanto o judo como o jiu-jitsu são artes de luta corpo-a-corpo que remetem as suas raízes ao Japão feudal. A sua principal diferença está na sua ênfase. O judô gasta muito mais tempo em técnicas de pé e lançamentos, enquanto o jiu-jítsu concentra seus esforços em controlar e submeter os adversários no solo.
Agora, vamos dar uma olhada nos seus respectivos conjuntos de regras.
As regras do judô
Os competidores de judô usam o quimono tradicional (conhecido como gi) na prática e durante a competição. O gi é feito de material de algodão resistente que não se parte ou rasga durante a competição. Ele deve caber de acordo com certas especificações.
Os praticantes de judô são combinados de acordo com a classe de peso.
Os concursos são realizados em uma área fosca que deve ser de 14 metros quadrados no mínimo, com uma área de 8-10 metros quadrados dentro do local onde a partida acontece. Para adultos, a duração da partida é de cinco minutos. Os pontos são pontuados com base na execução de lances e técnicas de luta no chão. Não são permitidos lances que envolvam agarrar as pernas e a submissão se mantém na parte inferior do corpo.
Um ippon (ponto completo) é igual a um nocaute no boxe – termina a partida imediatamente. Isto acontece quando: um lançamento é executado com boa técnica e o adversário cai de costas, um estrangulamento ou cadeado é atingido e o adversário se submete, ou se o adversário é mantido em um pin hold por 20 segundos.
Um waza-ari (meio ponto) é marcado a partir de lançamentos feitos com controle (mas não o suficiente para um ippon), ou se o adversário é mantido em um pin hold por mais de 10 mas menos de 20 segundos. Dois waza-ari marcados pelo mesmo lutador terminam a partida.
Se a partida for a distância, o vencedor é declarado com base nos pontos marcados e nos pênaltis sorteados. Em caso de empate, a partida continua em uma rodada de “pontuação dourada” onde a primeira pessoa a marcar vence. Se ainda não houver vencedor após a ronda da pontuação dourada, é escolhido um vencedor por decisão do árbitro.
As regras do jiu-jitsu
Como o judô, uma partida de jiu-jitsu nos jogos do SEA é disputada em um gi, mas com regras de tamanho diferente. Os competidores também são combinados de acordo com as classes de peso. Com base nas regras da Federação Internacional do Jiu-Jitsu Brasileiro, a área de competição deve medir pelo menos 64 metros quadrados, sendo que a área de combate deve medir pelo menos 36 metros quadrados. Nos níveis mais altos, uma partida tem duração de 10 minutos.
Em uma competição de jiu-jítsu, os pontos são marcados com base em técnicas e posições bem sucedidas no solo.
Cada posição (como a montagem, controlo lateral, guarda) tem um número correspondente de pontos atribuídos com base no seu nível de dominância.
Vantagens (semelhantes a pontos) são atribuídas separadamente com base em quase tentativas de técnicas e submissões.
Uma submissão, onde o adversário ‘bate fora’ depois de um estrangulamento ou bloqueio de articulação é atingido, termina a partida imediatamente.
Se uma partida vai até o tempo limite, um vencedor é escolhido com base nos pontos e vantagens que obtiveram durante a partida. No caso de um empate, um árbitro decidirá quem ganha.