Folhas de Dados de Segurança da Pathogen: Substâncias Infecciosas – Neisseria meningitidis

FOLHA DE DADOS DE SEGURANÇA PATHOGEN – SUBSTÂNCIAS INFECCIOSAS

SECÇÃO I – AGENTE INFECCIOSO

NOME: Neisseria meningitidis

SYNONYM OR CROSS REFERENCE: Meningococci nota 1, meningococcemia, infecção meningocócica, meningite meningocócica.

CHARACTERISTICS: Neisseria meningitidis pertence à família Neisseriaceae. Nota de rodapé 2. É um diplococos Gram-negativo, não esporulífero, não móvel, encapsulado e não ácido, que aparece em forma de feijão renal sob o microscópio Nota de rodapé 1. Nota de rodapé 3. Requer um ambiente aeróbico com 5% de CO2 e meios enriquecidos contendo sangue para o crescimento Nota de rodapé 1. Colónias de tamanho médio, lisas, transparentes, não pigmentadas, não hemolíticas e convexas são produzidas em ágar sangue após incubação nocturna a 35-37ºC. Nota de rodapé 1. Nota de rodapé 3. É oxidase e catalase positivo Nota de rodapé 3. Tem pelo menos 12 serogrupos, sendo os serogrupos A, B, C, W-135, e Y os serogrupos mais comumente encontrados em casos de doenças invasivas Nota de rodapé 2. Nota de rodapé 4.

SECÇÃO II – IDENTIFICAÇÃO DO PERIGO

PATHOGENICIDADE/TOXICIDADE: N. meningitidis tem uma ampla gama de manifestações clínicas, variando de uma ligeira dor de garganta transitória a uma meningite fatal ou septicemia meningocócica Nota de rodapé 3. Meningite e septicemia são as apresentações mais comuns da doença Nota de rodapé 3.

Meningococcemia transitória: Os pacientes apresentam sintomas semelhantes aos da gripe, como febre, dores articulares e, ocasionalmente, erupções cutâneas. A doença dura alguns dias ou semanas Nota de rodapé 3.

Meningite Nota de rodapé 1. Nota de rodapé 3: A maioria dos pacientes também apresenta sinais de irritação meníngea, incluindo, rigidez no pescoço, fontanela abaulada (em bebês), irritabilidade, deitado de um lado longe da luz, e incapacidade de estender o joelho quando o quadril é flexionado em posição supina (sinal positivo de kernig) Nota de rodapé 3. Nota de rodapé 4. Podem ocorrer convulsões, declínio do nível de consciência e coma Nota de rodapé 3. A erupção petequial da meningococcemia também pode ocorrer Nota de rodapé 1.

Meningococcemia: Pacientes com febre rápida, vômitos, fotofobia, convulsões, erupção cutânea, letargia, irritabilidade, sonolência, diarréia, dor muscular, artralgia, e raramente, dor abdominal aguda Nota de rodapé 3. A erupção cutânea meningocócica característica é devida à coagulação intravascular disseminada, causada pela bacteremia meningocócica, podendo resultar em perda de dígitos e membros em alguns casos Nota de rodapé 1. Nota de rodapé 3. Nota de rodapé 4. Em casos graves, os pacientes podem apresentar choque séptico, levando à insuficiência respiratória, insuficiência renal, coma e até morte nas 24 horas seguintes ao início dos sintomas Nota de rodapé 3. Nota de rodapé 4.

Doença crônica meningocócica: Rara manifestação da infecção por N. meningitidis Nota de pé-de-página 3. Nota de rodapé 4. Pacientes com febre alta crônica intermitente, dor articular e dor de cabeça, com ou sem lesões cutâneas Nota de rodapé 3.

Outras manifestações da infecção por N. meningitidis incluem artrite séptica; infecções do trato respiratório superior ou inferior como otite média, faringite, bronquite e pneumonia; pericardite; miocardite; endocardite; e conjuntivite Nota de rodapé 3. Nota de rodapé 4.

EPIDEMIOLOGIA: Em todo o mundo. N. meningitidis causa doenças em cerca de 500.000 pessoas anualmente em todo o mundo, com a morte em pelo menos 10% dos casos afectados Nota de rodapé 4. A incidência mundial da doença meningocócica endêmica tem sido relatada como sendo de 0,5-5 por 100.000 habitantes. Noventa por cento das doenças meningocócicas em todo o mundo são causadas pelos serogrupos A, B, C. A maior incidência, com grandes surtos epidémicos, foi relatada para o serogrupo A, na região “Cinturão da Meningite” da África Subsaariana, afectando aproximadamente 1.000 casos por 100.000 habitantes e resultando na morte em aproximadamente 75% das pessoas com menos de 15 anos de idade durante a epidemia Nota de rodapé 4. Nota de rodapé 5. Nos Estados Unidos, os grupos serogrupos B, C e Y são responsáveis por doenças em crianças e adultos jovens Nota de rodapé 4. Nota de rodapé 6, com a incidência de 0,5-1,1 casos por 100.000 habitantes, ou aproximadamente 1.400-2.800 casos por ano, com as maiores taxas em lactentes, e um segundo pico na adolescência e início da idade adulta Nota de rodapé 4. Desde 1993, os serogrupos B e C são responsáveis pela maioria dos casos de doença endêmica no Canadá (taxas de incidência variando entre 0,13 a 0,65 por 100.000 habitantes e 0,2 a 0,44 por 100.000 habitantes para C e B, respectivamente). De 1993 a 2003, a incidência do sorogrupo Y permaneceu relativamente estável entre 0,06 e 0,13 por 100.000 habitantes por ano. A doença do serogrupo Y tem tendido a afetar adultos mais velhos (mediana de idade 45 anos, faixa de 0 a 94 anos). Os casos de doença do serogrupo A permanecem raros no Canadá (< 10 casos notificados entre 1993 e 2005) Nota de rodapé 7. Um surto de doença devido ao N. meningitidis serogrupo W135 ocorreu em 2000 e 2001 entre os peregrinos que regressavam da peregrinação islâmica anual à Arábia Saudita (o Hajj) e nos seus contactos. Para o Hajj em 2000, a taxa de ataque da doença W135 foi de 25 casos por 100.000 peregrinos. Após a introdução da vacina meningocócica quadrivalente para o Hajj em 2001, nenhum peregrino desenvolveu a doença W135. As taxas de ataque estimadas para os contactos domésticos de peregrinos que regressaram foram de 18 casos e 28 casos por 100.000 contactos para os anos 2000 e 2001, respectivamente Nota de rodapé 8,

HOST RANGE: Humans Nota de rodapé 1. Nota de rodapé 4. Nota de rodapé 6.

DOSE INFECCIOSA: Desconhecida.

MODE DE TRANSMISSÃO: A transmissão ocorre por contacto directo com gotículas respiratórias infecciosas ou secreções orais Nota de rodapé 1. Nota de rodapé 4.

PERÍODO DE UTILIZAÇÃO: 2-10 dias (média 2-4 dias) Nota de rodapé 3; As infecções invasivas ocorrem nos 14 dias seguintes à aquisição da bactéria Nota de rodapé 4.

COMUNICABILIDADE: Altamente contagiosa Nota de rodapé 1. A transmissão de pessoa a pessoa ocorre através de gotículas do trato respiratório superior ou contato direto com secreções orofaríngeas através do compartilhamento de bebidas ou beijos íntimos; a transferência via fomites contaminados foi postulada, mas é considerada rara Nota de Rodapé 4. Nota de rodapé 6. Nota de rodapé 9. Um indivíduo permanece infeccioso enquanto os meningococos estiverem presentes nas secreções respiratórias/orais ou até 24 horas após o início do tratamento antibiótico eficaz.

SECÇÃO III – DISSEMINAÇÃO

RESERVOIR: Humanos Nota de rodapé 1.

ZOONOSE: Nenhum.

VECTOR: Nenhum.

SECÇÃO IV – ESTABILIDADE E VIABILIDADE

SUSCEPTIBILIDADE/RESISTÊNCIA DE DDRUG: Susceptível de rifampicina, penicilina G, sulfonamidas e cefalosporinas de amplo espectro como ceftriaxona e cefotaxima Nota de rodapé 2. Nota de rodapé 4. Estirpes resistentes à penicilina, sulfonamidas, rifampicina, tetraciclinas e cefalosporinas de amplo espectro foram isoladas. Estirpes resistentes ao cloranfenicol foram relatadas no Vietnã e na França Nota de rodapé 2.

SUSCEPTIBILIDADE/RESISTÊNCIA A DISINFECTANTES: N. meningitidis é altamente susceptível a desinfectantes comuns Nota de rodapé 10. Os desinfetantes comuns usados contra bactérias vegetativas incluem 1% hipoclorito de sódio, 70% etanol, fenólicos, 2% glutaraldeído, formaldeído e ácido peracético Nota de rodapé 11,

INACTIVAÇÃO FÍSICA: É prontamente inativada por baixas temperaturas Nota de rodapé 10. Também pode ser inativado pela exposição a 65°C por 5 min ou 80°C por 2 min, ou pela secagem por algumas horas a 20°C. A maioria das bactérias vegetativas também pode ser inativada por calor úmido (121°C por 15 min- 30 min) e calor seco (160-170°C por 1-2 horas) Nota de rodapé 12.

SURVIVAL EXTERIOR HOSTING: N. meningitidis não sobrevive bem fora do hospedeiro. No entanto, tem sido relatada a sua sobrevivência em vidro e plástico à temperatura ambiente durante horas a dias Nota de rodapé 9.

SECÇÃO V – PRIMEIRO AUXÍLIO / MÉDICO

SURVIVILLANCE: Monitor para sintomas. A cultura de amostras clínicas de um local estéril em ágar sangue com teste de coloração pode ser usada para diagnóstico. Outros métodos incluem a reacção em cadeia da polimerase (PCR), detecção de antigénios e ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA) Nota de rodapé 4,

Nota: Todos os métodos de diagnóstico não estão necessariamente disponíveis em todos os países.

PRIMEIRO AUXÍLIO/TESTADO: Tratamento com um curso de 3-7 dias de penicilina intravenosa ou intramuscular ou ceftriaxona. Nota de rodapé 4. Outros antibióticos usados para o tratamento de doenças meningocócicas incluem cloranfenicol, fluoroquinolonas e meropenem Nota de rodapé 4.

IMUNIZAÇÃO: Vacinas de polissacarídeos capsulares purificados e vacinas conjugadas de proteínas e polissacarídeos estão disponíveis no Canadá. As vacinas polissacarídeo bivalente (A, C) e quadrivalente (A, C, Y, W135) estão disponíveis. As vacinas conjugadas incluem serogrupo C monovalente e uma formulação quadrivalente (A, C, Y, W-135).

As vacinas conjugadas meningocócicas C são recomendadas para imunização de rotina de lactentes Nota de rodapé 7. A vacina meningocócica é recomendada para certos grupos com risco aumentado de doença meningocócica e também é usada para o manejo de surtos.

Duas vacinas eficazes do grupo serogrupo B (MenB – Bexsero, Trumenba) são licenciadas pela U.S. Food and Drug Administration e também aprovadas pela Health Canada.

Nota: Mais informações sobre o programa de vigilância médica podem ser encontradas no Canadian Biosafety Handbook, e consultando o Canadian Immunization Guide.

PROPHYLAXIS: A quimioprofilaxia é recomendada para contatos próximos de pacientes com doença meningocócica, tais como indivíduos expostos a um membro da família infectado, a creche, ou a qualquer pessoa exposta a secreções orais de uma pessoa infectada Nota de rodapé 4. A quimioprofilaxia deve ser administrada dentro de 24 horas após o diagnóstico da doença. Os antibióticos usados na quimioprofilaxia incluem rifampicina oral, ciprofloxacina oral e ceftriaxona intramuscular Nota de rodapé 4. Nota de rodapé 6. Nota de rodapé 13. Devido ao aumento da resistência à ciprofloxacina no Dakota do Norte e Minnesota, esta droga não é usada para quimioprofilaxia nestas áreas Nota de rodapé 4.

SECÇÃO VI – PERIGO LABORATÓRIO

INFECÇÕES ADQUIRIDAS PELOLABORATÓRIO: Pelo menos oito incidentes de infecção entre trabalhadores de laboratório com pelo menos uma morte foram relatados a partir de 1974 nota de rodapé 14-Pés nota 16 . Dois casos fatais foram relatados em 1988 Nota de rodapé 17,

SUAVE/SPECIMENTOS: exsudados faríngeos, líquido cefalorraquidiano, sangue, esfregaços nasofaríngeos e orofaríngeos, lavagem broncoalveolar, biópsia e saliva Nota de rodapé 2. Nota de rodapé 3. Nota de rodapé 15.

PRIMARY HAZARDS: Inoculação parentérica acidental, exposição das mucosas a núcleos de gotículas infecciosas ou aerossóis, e ingestão Nota de rodapé 15.

ZARES ESPECIAIS: Nenhum.

SECÇÃO VII – CONTROLE DE EXPOSIÇÃO / PROTECÇÃO PESSOAL

ClASSIFICAÇÃO DO GRUPO DE RISCO: Grupo de Risco 2 Nota de rodapé 18.

REQUISITOS DE CONTINUAÇÃO: Instalações, equipamentos e práticas operacionais de contenção Nível 2 para trabalhos envolvendo materiais, animais ou culturas infecciosas ou potencialmente infecciosas.

VESTUÁRIO PROTECTIVO: Bata de laboratório. Luvas quando o contato direto da pele com materiais ou animais infectados é inevitável. A protecção dos olhos deve ser utilizada quando existe um risco conhecido ou potencial de exposição a salpicos Nota de rodapé 19.

OUTRAS PRECAUÇÕES: Todos os procedimentos que possam produzir aerossóis, ou que envolvam concentrações elevadas ou grandes volumes, devem ser conduzidos em um gabinete de segurança biológica (BSC). O uso de agulhas, seringas e outros objetos cortantes deve ser estritamente limitado. Precauções adicionais devem ser consideradas com trabalhos envolvendo animais ou atividades em larga escala Nota de rodapé 19.

SECÇÃO VIII – MANUSEIO E ARMAZENAMENTO

SPILLOS: Deixar os aerossóis assentar e, usando roupas de proteção, cobrir suavemente o derramamento com toalhas de papel e aplicar um desinfetante apropriado, começando no perímetro e trabalhando em direção ao centro. Deixar passar tempo de contacto suficiente antes de limpar.

DISPOSIÇÃO: Descontaminar todos os resíduos que contenham ou tenham estado em contacto com o organismo infeccioso através de autoclave, desinfecção química, irradiação gama ou incineração antes de os eliminar.

SERVATÓRIO: Todos os materiais infecciosos devem ser armazenados em recipientes à prova de vazamentos que estejam devidamente rotulados.

SECÇÃO IX – REGULAMENTO E OUTRAS INFORMAÇÕES

INFORMAÇÕES REGULADORAS: A importação, o transporte e o uso de patógenos no Canadá são regulamentados por muitos órgãos reguladores, incluindo a Agência de Saúde Pública do Canadá, o Ministério da Saúde do Canadá, a Agência Canadense de Inspeção de Alimentos, o Ministério do Meio Ambiente do Canadá e o Ministério do Transporte do Canadá. Os usuários são responsáveis por garantir a conformidade com todos os atos, regulamentos, diretrizes e normas pertinentes.

UPDATED: Setembro 2011

PREPARADO POR: Pathogen Regulation Directorate, Public Health Agency of Canada

Embora as informações, opiniões e recomendações contidas nesta folha de dados de segurança da Pathogen sejam compiladas de fontes consideradas confiáveis, não aceitamos nenhuma responsabilidade pela precisão, suficiência ou confiabilidade ou por qualquer perda ou dano resultante do uso das informações. Os perigos recentemente descobertos são frequentes e esta informação pode não estar completamente atualizada.

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